Uma casa que fosse um areal
deserto; que nem casa fosse;
só um lugar
onde o lume foi aceso, e à sua roda
se sentou a alegria; e aqueceu
as mãos; e partiu porque tinha
um destino; coisa simples
e pouca, mas destino:
crescer como árvore, resistir
ao vento, ao rigor da invernia,
e certa manhã sentir os passos
de abril
ou, quem sabe?, a floração
dos ramos, que pareciam
secos, e de novo estremecem
com o repentino canto da cotovia.
Eugénio de Andrade
2 comentários:
Que liiiindo!
Um lar simples... e o eterno retorno das estações... o fluir natural do tempo...
Como gosto de aqui vir, Elsa!
Para ouvir a música e descobrir palavras dos poetas...
Até breve!
Obrigada, Manuela!
É sempre muito bom vê-la por aqui.
Volte sempre.
Vou agora ver como está a Manuela em Quarto Crescente :)
Beijinhos.
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